A realidade das empregadas domésticas no Brasil é uma chocante e inegável exibição de desigualdade econômica. A história de Dijane Clemente, de 58 anos, é apenas a ponta do iceberg. Trabalhando como empregada doméstica há duas décadas, essa mãe precisa, diariamente, enfrentar uma maratona de deslocamentos, gastando horas em seis diferentes conduções apenas para garantir um salário que mal cobre suas despesas. E, acredite, ela não está sozinha!
Com mais de 6 milhões de trabalhadoras domésticas no Brasil, a pesquisa revela que sete em cada dez se sentem cronicamente cansadas. E não é para menos: 64,5% dessas profissionais recebem menos do que um salário mínimo. Mesmo com carteira assinada, a realidade é cruel: o rendimento médio é de apenas R$ 1.293, considerando todos os trabalhadores desse setor — formados principalmente por mulheres, 90% delas, das quais 66% são negras!
Quantas horas extras são necessárias para sobreviver no final do mês? Para Dijane, um aluguel de R$ 600 e um salário que mal dá para as contas são um convite ao desespero. "Trabalho até 14 horas no fixo e preciso correr para fazer diárias extras. O mês simplesmente não acaba!", desabafa.
Dijane representa não só ela mesma, mas uma legião de mulheres que tentam sobreviver em um sistema que as marginaliza. Apenas 25% têm vínculo formal e apenas 36% contribuem para a Previdência Social. O retrato desses dados revela uma barreira massiva entre direitos trabalhistas e a realidade vivida na pele.
Mario Avelino, do Instituto Doméstica Legal, classifica a atual situação como resultado histórico de exploração que remonta à escravidão. A perigosa informalidade persiste, e a condição dessas profissionais se agrava.
Em meio a essa realidade aterradora, a Lei das Domésticas, que completa dez anos, trouxe alguma esperança. Contudo, as melhorias são tímidas. A avaliação de Avelino é clara: "A lei é boa, mas ainda falta muito!" Direitos básicos como o abono salarial do PIS e uma fiscalização efetiva são urgentes.
Com a crescente informalidade e a falta de regulamentação sobre saúde e segurança do trabalho, a promulgação de políticas públicas ainda parece uma miragem. A necessidade de educação trabalhista é uma das chaves para a mudança.
Gilmara Gomes, de 41 anos, é outro exemplo gritante. Com um trajeto de duas horas para trabalhar, ainda precisa fazer diárias extras em domingos para conseguir sustentar a si mesma e a filha de 7 anos. Para ela, até mesmo ir ao médico é um luxo inatingível: "Sinto que não temos esse direito," desabafa, refletindo o desejo de um plano de saúde, das condições básicas que qualquer trabalhador deveria ter.
Os dados de uma pesquisa recente são alarmantes e nos confrontam com a dura realidade: reconhecimento, valorização, garantias de direitos e melhores condições de trabalho são os principais pedidos dessas mulheres guerrilheiras. O que se exige é uma resposta eficaz à precarização, ao combate à informalidade, e a urgência para garantir a assinatura na carteira, além de acesso à previdência e qualificação profissional.
A mudança não pode esperar mais! A voz de Dijane ressoa ecoando o lamento de todas: "Queremos políticas públicas que alcancem as trabalhadoras domésticas. Cuidamos de todos, mas quem cuida de nós?"
Diante desse cenário alarmante, o que você pode fazer? Tomar o controle da sua vida financeira é o primeiro passo. Organizar as finanças não é apenas uma necessidade, mas uma ferramenta poderosa para enfrentar as incertezas econômicas. Quer organizar sua vida financeira em meio a tudo isso? Conheça o Mentfy e assuma o controle.
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