A Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, acaba de emitir uma decisão que pode transformar o cenário das finanças globais. A entidade estabeleceu que países podem ser responsabilizados por danos causados pelas mudanças climáticas, incluindo as emissões históricas de gases de efeito estufa. É isso mesmo! As nações poderão ter que arcar com consequências financeiras que antes pareciam apenas uma teoria.
Embora a decisão tenha caráter consultivo e não absolutamente vinculativo, especialistas afirmam que estamos diante de um novo capítulo no direito internacional climático. Isso significa que tribunais ao redor do mundo podem começar a seguir essa jurisprudência, criando um efeito dominó que pode mudar o jogo para muitos países, especialmente os mais afetados pela crise climática.
As nações em desenvolvimento e as pequenas ilhas do Pacífico celebram esse momento histórico. Elas vêm lutando anos a fio por compensações por danos que já são visíveis e devastadores. Flora Vano, representante de Vanuatu, um dos países mais vulneráveis, afirma: “Esta é uma vitória não apenas para nós, mas para todas as comunidades da linha de frente que lutam para serem ouvidas”.
Mas o que isso significa na prática? A CIJ reconheceu que países afetados por desastres naturais, como a destruição de infraestrutura ou o deslocamento de populações, podem buscar compensações financeiras desde que possam provar a relação direta com a crise climática. Estima-se que o custo global de eventos climáticos entre 2000 e 2019 atingiu impressionantes US$ 2,8 trilhões. Isso corresponde a US$ 16 milhões por hora! Agora, imagine os impactos disso na economia.
Empresas e governos que causam danos ao meio ambiente, como por exemplo, os que subsidiam combustíveis fósseis, podem enfrentar processos sérios. A CIJ deixa claro que essas ações podem violar obrigações internacionais, trazendo à tona um novo tipo de pressão legal sobre as finanças.
Embora a decisão não tenha força de lei, ela pode abrir portas para novos processos em cortes nacionais e internacionais. Isso inclui potências como EUA e China, que têm ignorado a jurisdição obrigatória da CIJ. A possibilidade de serem processados em fóruns alternativos, como tribunais federais americanos, já está sendo avaliada por especialistas.
Harj Narulla, advogado que representou as Ilhas Salomão nesse caso emblemático, destoa que a implementação depende de vontade política. “O CIJ é uma instituição sujeita à geopolítica e não possui poder de coerção. O impacto dessa decisão dependerá da adesão dos Estados”, explica.
A decisão da CIJ já é considerada um divisor de águas na luta por justiça climática. Do ponto de vista financeiro, pode-se estar diante da formação de um novo mercado legal de responsabilidades climáticas, onde os países precisarão se preparar para argumentar juridicamente sobre suas emissões e impactos.
Joie Chowdhury, do Centro de Direito Ambiental Internacional (CIEL), afirma que “com esta decisão, a corte rompeu com a tradição e afirmou: quem sofre com a devastação climática tem direito à reparação — inclusive financeira.” Essa pode ser a chave para um futuro onde as nações que poluem terão que arcar com os custos das consequências.
Esse cenário é só o começo. O mundo está se movendo rapidamente em direção a uma nova realidade econômica e legal em relação às mudanças climáticas. Empresas e governos devem se preparar para um aumento na pressão legal por parte de comunidades que exigirão seus direitos e compensações. Com um potencial impacto em tópicos como seguros, investimentos e subsídios, é hora de empresários e cidadãos se informarem.
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