Um cenário alarmante vem se desenhando para os portais de criptomoedas na Europa Ocidental. O primeiro trimestre de 2025 mostrou uma queda vertiginosa na audiência dessas plataformas, com impressionantes 82% dos sites cripto nativos enfrentando uma drástica diminuição de tráfego. O novo regulador MiCA (Markets in Crypto-Assets) está causando impactos devastadores, e as consequências podem ser mais profundas do que você imagina.
Paradoxalmente, enquanto o interesse em criptoativos cresce exponencialmente – destaque para países como Itália, onde 37% da população mostra interesse em investimentos em criptomoedas – o ecossistema de mídia criativa está em colapso. Um estudo sobre 133 veículos de mídia revelou que a maior parte do tráfego desapareceu devido a pressões algorítmicas e mudanças regulatórias. Como entender essa dicotomia?
Embora o MiCA não regule a mídia diretamente, suas implicações são inegáveis. O regulador alemão BaFin, por exemplo, já avisou sobre os riscos de conteúdo não licenciado, o que levou à drástica queda na audiência de portais que hospedam conteúdos superficiais e promocionais. O Google também não está ajudando: conteúdos considerados de baixa qualidade editorial foram punidos em suas classificações, afetando ainda mais a visibilidade.
Na Alemanha, 34 dos 87 sites avaliados publicam em alemão, e a situação é alarmante: 61,74% deles já sofreram com diminuições significativas no tráfego. Coin-Update, Krypto News e Krypto Magazin estão entre os mais afetados, todos com quedas superiores a 45%. Enquanto isso, algumas plataformas conseguiram sobreviver e até prosperar através de práticas robustas de SEO e regulamentação.
Com 72% dos sites cripto na França perdendo visibilidade, a necessidade de transparência exigida pelo AMF (Autoridade dos Mercados Financeiros) resultou em uma verdadeira catástrofe para nomes famosos como The Blog e Coinhouse. Fascinante, não é? Os Países Baixos também estão sofrendo: 76,19% dos sites em holandês registraram quedas, resultado direto das mudanças no algoritmo do Google.
A situação na Espanha, com restrições severas à publicidade cripto, deixou 70% dos sites à deriva. Apenas um nome, BIt2Me News, foi capaz de crescer significativamente, atingindo uma impressionante alta de 149,40%. Na Itália, a CONSOB também emitiu alertas contra promoções não licenciadas, resultando em quase todos os portais registrando perdas. Nesse cenário, Borsainside se destacou como uma das exceções.
Surpreendentemente, mesmo fora da União Europeia, o Reino Unido não escapou ileso. Com a entrada em vigor de novas regulamentações em janeiro de 2025, os sites cripto no Reino Unido sofrem queda generalizada de tráfego. A situação é crítica e demanda cautela de todos os envolvidos no setor financeiro.
A gravidade da situação é ainda mais acentuada quando observamos que apenas 13 portais acumularam impressionantes 78% de todo o tráfego cripto na Europa Ocidental. A centralização está alta, e apenas um punhado de empresas tem o controle da narrativa no universo das criptomoedas, dificultando a ascensão de novos players no mercado.
Enquanto isso, os sites de notícias generalistas comemoram sucesso. Com estratégias mais robustas, esses portais registraram crescimento em 54,35% dos casos. O tráfego geral para os portais generalistas foi mais de quatro vezes maior que o dos sites cripto, mostrando que a resiliência é a chave para enfrentar crises.
Frente a essa tempestade, é essencial que equipes de comunicação adotem uma estratégia híbrida para sobreviver. Isso inclui a integração com sites de finanças, a busca por credibilidade e a adaptação a novas práticas editoriais para manter a visibilidade e relevância.
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