O cenário econômico brasileiro enfrenta uma tempestade perfeita assim que Donald Trump retoma seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. No último dia 9 de julho, a declaração de Trump sobre a imposição de 50% de tarifas sobre as exportações brasileiras disparou alarmes nas empresas do país. A demanda por consultoria especializada da Arko International Public Affairs, que conecta empresas a decisões governamentais, explodiu. Dirigentes e empresários precisam entender o que está em jogo — e rápido!
As consequências das tarifas estão longe de serem simples. O diretor de estratégia da Arko, Thiago de Aragão, relata que sua caixa de entrada é inundada com mensagens de empresas buscando orientação sobre como se adaptar a esse novo e desafiador ambiente. “Nos EUA, falar com congressistas não é fácil. O acesso demanda uma comunicação eficaz e direcionada”, explica Aragão. As empresas precisam ser estratégicas, pois a competição por atenção e recursos é feroz. O mundo inteiro está de olho nas oportunidades e riscos que surgem.
Ao contrário do Brasil, onde a comunicação entre o setor privado e o governo é fragmentada, o México possui um modelo de negociação bem estrutura. No nosso vizinho, o presidente mexicano mantém um diálogo direto com Trump, enquanto grupos empresariais se articulam em níveis diversos. “No Brasil, essa estrutura coesa ainda é inexistente, uma fraqueza que pode custar caro”, avalia Aragão.
Com a pressão crescente, é necessário que os setores impactados consigam se articular de maneira efetiva. O setor agrícola, em particular, precisa urgentemente de estratégias alinhadas para se preservar no cenário mundial.
A demanda por lobbyistas com acesso imediato a Trump cresceu exponencialmente. Escritórios notáveis, como os de Brian Ballard e Corey Lewandowski, estão atraindo cerca de 60 novos clientes, incluindo gigantes corporativos e governos de diferentes países. O Brasil não pode ficar à margem desse movimento.
Renê Medrado, sócio do Pinheiro Neto Advogados, observa que as empresas buscam entender como se posicionar neste novo jogo. As opções são limitadas, mas a preparação é intensa. A urgência é real! As empresas brasileiras não podem subestimar os desafios legais e comerciais que vêm pela frente.
As implicações geopolíticas não podem ser ignoradas. As consultas na Eurasia, uma consultoria que historicamente focava em política interna, agora revelam um aumento drástico nas palestras sobre transformações internacionais. Christopher Garman, diretor da Eurasia, já sente que as empresas precisam repensar suas estratégias de longo prazo.
“Empresas de todos os tamanhos devem envolver-se ativamente nos setores políticos e econômicos para garantir sua influência na tomada de decisões. Não dá para ficar alheio!”, alerta Garman.
A negociação em blocos começa a tomar forma enquanto setores buscam isenções das tarifas. Apesar de a liderança do governo brasileiro querer alcançar um acordo mais amplo, as empresas individuais também correm para negociar condições específicas que possam suavizar o impacto da taxação.
A Arko e outras instituições estão nessa corrida, estabelecendo diálogos com equipes de representantes norte-americanos. “A questão é construir uma estratégia que conecte as demandas locais às decisões nacionais. O tempo é crucial!”, frisa Aragão.
À medida que o tempo avança, a incerteza se intensifica. As empresas precisam desenvolver estratégias robustas que unam setores diversos e fortaleçam sua posição. “Os congressistas são importantes, mas a palavra final sempre será de Trump. Se ele mudar de direção, todas as peças do tabuleiro mudam rapidamente”, alerta Aragão.
É crucial que as organizações condicionem suas abordagens à realidade das decisões políticas em curso. O setor deve optar por um planejamento estratégico que possa garantir sua sobrevivência no meio da tempestade tarifária.
Para lidar com esse cenário em constante evolução, empresas brasileiras devem preparar-se meticulosamente — desde a interação com as partes interessadas até o aprimoramento da eficiência operacional. A conexão entre negócios e governantes não é uma opção, mas uma necessidade urgentíssima.
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